Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal é Reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco


A Unesco anunciou nesta quarta-feira (4) a inclusão dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão histórica marca a primeira vez que os métodos de produção de um alimento brasileiro recebem tal reconhecimento global. Feito há mais de três séculos em 106 municípios de Minas Gerais, o Queijo Minas Artesanal carrega em sua essência a tradição do leite cru, herdada do período colonial.
Desde 2008, os modos de produção já eram reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que liderou o pedido de reconhecimento internacional junto à Unesco, em parceria com instituições como a Amiqueijo e a Emater-MG. A aprovação ocorreu na 19ª Sessão do Comitê para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, no Paraguai, celebrando o produto, e também as comunidades que o produzem, representando a agricultura familiar e a história do Brasil.
O presidente da ABRALEITE, Geraldo Borges, celebrou a conquista e destacou a relevância do reconhecimento para os produtores de leite e queijos. “O título de Patrimônio Imaterial da Humanidade concedido aos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal é um marco que vai muito além do produto em si. Ele valoriza as mãos que produzem, a tradição secular que atravessa gerações e a força do leite cru como base dessa iguaria. Para o setor leiteiro, é uma vitória que projeta não apenas a qualidade e o sabor, mas também a alma da nossa produção, reafirmando o papel do leite como um elemento essencial na construção da nossa identidade cultural e econômica.”
“Uma grande conquista para os produtores de queijo de Minas Gerais. O reconhecimento do produto considerando a história, a tradição, a cultura e principalmente um produto que agrega valor melhorando a qualidade de vida do produtor.” Afirmou o coordenador da Comissão Nacional de Lácteos Artesanais e diretor técnico da ABRALEITE, Wander Bastos.
A decisão da Unesco fortalece a posição do Queijo Minas Artesanal no mercado internacional, e reforça a importância de preservar os saberes e práticas ligados à sua produção, assegurando um futuro para os que mantêm viva essa tradição.